Sunday, July 6, 2008

14/06/2008

Depois de estarmos uma hora na praia, a despedida. Seguiu-se o almoço. Por fim depois de “arrumar” a moto fomos "passear” até à Amadora. Durante a viagem aconteceu, o que pensei que já não ia acontecer. Mais um imprevisto. Tudo aconteceu na estação de serviço de Grândola.Parei na bomba para abastecer (tudo normal) a Tânia foi pagar e eu parti para a bomba de ar (encher o pneu) quando ia travar para parar, acontece o tal “imprevisto”. O travão da frente não responde tive que travar com o traseiro, grande susto. A sensação foi de ausência total de qualquer força contraria da manete, como se o cabo tivesse partido. . Saio da moto e tento perceber o que tinha acontecido, não consegui ver nada. Enchi o pneu e começo a testar a manete, começa novamente a “trabalhar” mas com um tacto mais forte, parecia que o ABS tinha se avariado, e foi o que pensei. Antes de seguirmos viagem fiz umas travagem na estação de serviço e tudo parecia funcionar. O resto da viagem correu normalmente a velocidades de 160km/h. Para não forçar o sistema ABS, travava mais com o travão traseiro. Chegamos à Amadora e fomos jantar em casa dos meus sogros com toda a família (ambos os pais e Irmã (Tânia) marido e filhas ), uma espécie de recepção. Quando fiz os últimos 5 km para casa, a moto parecia que estancava ligeiramente (de vez em quando) da roda da frente. Quando parei a moto para descarregar vejo que as pastilhas estavam literalmente “penduradas”, fiquei branco. Tínhamos andado aproximadamente 110km desde que tinha ocorrido a primeira situação com o sistema de travagem. O que aconteceu foi o seguinte, o parafuso que segura as pastilhas (disco direito) desapareceu e as mesmas, deslizaram e começaram a roçar nos êmbolos que seguram o disco. Provavelmente a nossa sorte foi que as pastilhas estavam novas (15.000Km) e foram ”comidas” pelos êmbolos, o efeito que provocaram foi as pastilhas ficaram em ½ lua e umas riscadelas no disco. Consegui ir a uma oficina onde me forneceram o parafuso para poder chegar com alguma segurança à Cimpomóvel.E foi assim que terminou esta bela viagem...........................

11, 12 e 13/06/2008

Fizemos um verdadeiro “Dolce fare niente”.

Resume-se a praia, piscina, valentes sonecas, boa comida e uns belos gelados.

10/06/2008

Neste dia a indecisão era fazer Barcelona – Lisboa ou Barcelona – Portimão. A distância era superior para Portimão mas mesmo assim a nossa opção foi Portimão. Queríamos concluir as férias com umas merecidas, férias de férias.
Neste percurso tínhamos sempre a opção de parar em Córdoba ou mesmo em Sevilha para descansar dado que não sabíamos se iríamos aguentar tantos km’s. Estamos a falar de 1391 km e sem esquecer que no dia anterior tínhamos cumprido 1214 km de percurso.
Estas cidades que seriam um oásis na nossa viagem. Não seriam um problema arranjarem dormidas. Não foi preciso qualquer paragem e chegamos a Portimão às 23h30. Sem incidentes, a única curiosidade que aconteceu foi a cerca de 150 km de Córdoba, numa zona montanhosa onde tivemos um encontro com os camionistas espanhóis, em greve, que estavam a provocar uma fila de trânsito de vários km’s. Como motard, fomos furando a fila, cumprimentado os camionistas. Alguns desviam-se para passarmos e outros olhavam fixamente enquanto passávamos pela berma. Lá ultrapassamos a mobilização, agora já sabíamos o que se passava (no hotel, fizemos um zapping na tv para ver as notícias da Ibéria e do mundo, sim, porque de Portugal continuava a ser difícil ter informação concreta) e seguimos o nosso caminho até terras algarvias, e mais especificamente para a cidade de Portimão.

09/06/2008

Decidimos que queríamos regressar o mais depressa possível, não que não estivéssemos a gostar mas a viagem estava a ficar extensa demais e o corpo já pedia férias das férias. Para enganar o corpo, metemo-nos à estrada e marcamos como 1º destino: Montpellier, Mentalizamo-nos que a viagem ia ser longa, só iríamos fazer paragens para abastecer e para verificar o pneu. É verdade, ainda continuámos com o mesmo pneu. No decorrer do dia aconteceram duas peripécias. Na 1ª paragem em França, na auto-estrada cote d’zur, fizemos mais uma paragem e decidimos colocar óleo na corrente, já tínhamos percorrido cerca de 500 kms. A Tânia foi fazer o pagamento do combustível e comprar algo para beber e o Rui tinha a missão de colocar o óleo. Rui: Ao tentar colocar a mota em descanso central, com o depósito cheio acrescido de toda a carga, não consegui por à primeira tentativa, o descanso e a mota desequilibrou-se e ao desequilibrar-se... como podem compreender não tive força para a agarrar até pelo facto de estar muito carregada. Tentei que a queda fosse o mais controlada possível para danificar o mínimo mas mesmo assim fiquei magoado na perna porque o pousa pés fez pressão na minha perna. Após a queda, eu e a Tânia, levantamos a mota e o único dano, para meu espanto, foi a mala lateral direita, ficou lascada assim como o friso da mota. Enfim, tudo nos acontece...

O segundo episódio acontece perto de Nice. Verificou-se que o GPS se tinha apagado, estranho... dado que estava ligado ao carregador. Paramos e após uma análise ao sistema, verificamos que os fios que ligam ao macho do mini-usb tinham-se desconectado (os fios estavam soldados!) Não conseguimos perceber como aconteceu até porque o carregador tinha sido comprado antes de viagem. O GPS era essencial dado que não vínhamos preparados com mapas de França e Espanha. Após umas engenhocas, lá conseguimos restabelecer a conexão dos cabos (embora fosse uma conexão frágil).

Após resolver os problemas e como queríamos mesmo chegar depressa, decidimos fazer mais uns kms e dormir em Barcelona. Numa das paragens onde jantamos percebemo-nos que havia problemas com os camionistas, não sabíamos o que era, mas continuámos a nossa viagem. Ao aproximamo-nos da fronteira, víamos os painéis de auto-estrada a avisar de fronteira estar fechada para camiões. Que estranho! O que se estará a passar. Por outro lado, ao longo da auto-estrada verificámos que existiam bastantes pesados parados nas estações de serviço.

Na última portagem antes da fronteira perguntamos se a fronteira se encontrava fechada para os veículos ligeiros e foi-os dito que não. Mais uma vez, que estranho. Aproximadamente nos últimos 5 km’s. Até à fronteira uma das faixas estava repleta de pesados, nunca tínhamos visto tantos pesados juntos.

Chegamos a Barcelona após 1214 km, o nosso maior desafio físico. Nunca tínhamos andado mais de 600km de moto. Concluímos que é tudo uma questão psicológica.

08/06/2008

O céu estava quase limpo mas ficámos os dois com opiniões diferentes. O Rui queria ir para Veneza – cerca de 25 km’s – e a Tânia não porque achava que o tempo ia voltar a um estado nublado e chuvoso e ver Veneza à chuva não estava nos planos. Como o Rui e mais teimoso, fomos para Veneza. Tânia: enfim, é ele que conduz a mota, e é verdade que custa ir embora com uma cidade que todos dizem ser excelente, ali mesmo ao lado.

Ao sair de Pádua, paramos na primeira estação de serviços para tomar o pequeno- almoço e para encher o pneu de trás. Lá encontramos um posto de turismo sobre Veneza e fomos–nos informar:

- O parque de estacionamento, por dia, €24.

- O mapa de Veneza: €2,5.

- Bilhete de “autocarro” barco de 1 ida - €6,5 por cada passageiro.

Existia também um passe de 12 horas para a viagem nos dois sentidos de forma ilimitada para qualquer estação no Grand Canal e ilhas. Como a nossa ideia era passear pelas ruas de Veneza compramos um mapa e um bilhete para o regresso – que se esperaria ser com os “bofes de fora”, Ficamos preocupados com o custo do 24 euros para o parque, até porque estávamos de moto e não de carro.

Rui: no percurso, pensei que tinham que existir parques para motas gratuitos pelo facto de existirem milhares de scooters a rodar por ai. Afinal estávamos em Itália!! Quando chegamos à zona dos parques, após passarmos a ponte da Liberdade, verificamos que existiam parques de motos mas estavam lotados. Demos umas voltas e lá encontramos um lugar vago. Perfeito! Estes parques eram mesmo gratuitos. Sei que devem estar a pensar que somos loucos por deixarmos as motas em local público e que sendo a matrícula estrangeira poderia ser uma tentação para os larápios mas existia uma esquadra dos “canabinieri” mesmo ao lado e pareceu-nos seguro. Partimos para a descoberta de Veneza, pelas ruas labirínticas, pontes, canais e edifícios antigos – banais e palacetes. Achamos curioso os prédios com garagem para barcos, claro. Não há carros, só barcos, os únicos meios de mobilidade.

Como estávamos em Veneza, claro que íamos ver as famosas Gôndolas. Não chegamos a andar nelas. Deu para perceber que algumas são ornamentadas pelo proprietário dado que umas são mais bonitas e luxuosas do que outras. Decidimos não andar em nenhuma pois seria uma boa razão para um dia lá voltarmos ...

Chegados a praça de São Marcos e ficámos deslumbrados com a Catedral de S. Marcos, a Praça, os seus característicos cafés com as suas orquestras, a Torre, a torre do relógio, o Palácio Ducal e claro a Ponte dos Suspiros. Não resistimos em subir à torre para visualizarmos a vista espectacular.

Seguidamente fomo-nos sentar numa das esplanadas da Praça de S. Marcos. Tínhamos que beber algo fresco para refrescar. Sim, para refrescar, pois qual chuva qual quê, chuva, chuva... não houve nem uma gota e o céu manteve-se limpo. Foi muito bom e foi um verdadeiro dia de Verão. Cada um de nós bebeu uma Calsberg e depois veio a dolorosa, 23€. Grande exagero, mas temos que ter uma conta que foi um momento excelente para relaxar e ouvir música clássica ao vivo. Foi muito bom! Agora percebemos como é difícil resistir e não vir beber qualquer coisa nestas esplanadas.

Percorridos algumas ruas da cidade pensamos afinal é só uma cidade diferente mas chegada ao Grand Canal, depois da Ponte de Rialto e à praça de São Marcos, é que percebemos a magia da cidade que se vai entranhando em nós e nos faz, não quer sair de lá. Fomos ficando e passeando e decidimos jantar lá e ficar mais um pouco na praça de S. Marcos, continuando a vaguear mais um pouco. Quando demos por nós já eram 23:00. Fomos então apanhar o barco de regresso à Praça de Roma onde estava a nossa Triumph. O passeio de barco pelo Grand Canal é fenomenal com palácios a aparecerem consequentemente, uns mais pequenos e outros maiores, uns mais bonitos, outros menos. Mas sinceramente, este último adeus a Veneza fez-nos apaixonar ainda mais pela cidade. Temos mesmo que voltar.

07/06/2008

O dia começou nas grutas de Postojna. São grutas bem grandes onde se usa um meio de transporte para as conhecer, um comboio. Não é um comboio normal mas parece um comboio de um parque de diversões. As grutas são grandes e bonitas e com galerias enormes com galerias enormes, as maiores que já tínhamos visto. Aqui tivemos uma surpresa, quando fomos comprar os bilhetes ofereceram-nos uma coisa única em toda a viagem – um folheto em português sobre as grutas, Excelente!! Ficamos muito contentes. É coisa única pois em nenhum outro país, nem mesmo no país localizado ao lado do nosso isto acontece. Tínhamos que estar na Eslovénia para vermos isso. Seguidamente fomos ver os viveiros da gruta para ver o animal mais famoso do mundo subterrâneo, os Proteus Anguinus. Os Proteus Anguinus é um anfíbios cego, é a única espécie no seu género, Proteus, é o único representante europeu da familia Proteidae, e é o único que habita exclusivamente nas zonas sem luz de cavernas. É por vezes chamado de peixe humano pelos habitantes locais devido à parecença da sua pele com a dos humanos. Depois de conhecermos este ser vivo e outros como escorpiões e búzios microscópicos, fomos ver o castelo Predjama, a 10 km’s das grutas de Postojna – cravado na rocha.

O castelo é original pelo facto da parede mestra ser rocha da montanha e é possível ver a totalidade do castelo assim como a sua saída para as grutas em caso de cerco ao castelo. É um castelo bem imponente pelo modo como foi construído.

A seguir a esta visita fomos visitar outras grutas, neste caso eram património da humanidade que, para não variar, nos despertou curiosidade. Tínhamos visto essa indicação na auto estrada e decidimos seguir o caminho até lá. As grutas pareciam ser um bom passeio, e de facto, são monumentais!! Para poderem imaginar, as grutas são como um verdadeiro grand canyon subterrâneo com grandes desfiladeiros e, com quedas de água e outros desfiladeiros bem impressionantes. Do rio ao tecto da gruta são cerca de 100 metros. Chega-se a passar uma ponte sobre o rio Rive (rio) que fica a 40 metros de altura. É difícil de explicar a dimensão da gruta. Fotos não dava para tirar e a maquina de filmar já era. Então, nada melhor do que visitarem com os próprios olhos até porque só existem duas grutas que são património na UNESCO e esta é uma delas. Com um dia cheio de grutas fez-nos sair tarde da Eslóvenia e seguimos para Itália, sempre acompanhados de chuva.

Já em Itália, o tempo começou a melhorar. Estávamos com um dilema, ver ou não Veneza. Mas como o tempo estava mau, com chuva e com o céu nublado, não havia vontade de ver Veneza com este tempo. O nosso objectivo desse dia era dormir em Verona mas já era tarde e já estávamos cansados. O Rui instalou um programa de hotéis no gps. Numa paragem, em estações de serviços, para comer qualquer coisa, decidimos que íamos experimentar ficar em Pádua num desses hotéis. Assim fizemos e o hotel chamava-se “Auto-estrada” – ficamos com dúvidas pelo nome original mas era de três estrelas e no final não foi nada mal para o nosso estado de cansaço. E tinha um parque privativo o que era excelente para deixar a nossa Triumph.

06/06/2008

A chuva encontrou-nos novamente mas seguimos o nosso caminho até Rovinj, sempre acompanhados pela chuva, chegamos à cidade. Tivemos uma merecida “aberta” para conhecer esta cidade com fortes influências venezianas. Tratava-se de uma ilha que foi ligada ao continente com o depósito de terras. O centro da actual península é a igreja de Sta Eufémia, rodeada de casas que por sua vez são rodeadas pelo mar, com ruas que fazem lembrar as imagens de Veneza com ruas que terminam directamente no mar. Rua antigas, íngremes dado que a igreja está no ponto mais alto. Mesmo com mau tempo é uma cidade bonita e a não perder. Continuamos a viagem para Porec, outra cidade com influências venezianas e com outra igreja no centro da cidade. Neste caso trata-se da Basílica de Eufrázio (é um património interessante pela beleza interior da igreja – é património mundial da UNESCO por ser o momento monumento mais bem preservado relativo ao império bizantino.

Terminámos o nosso percurso por terras crotas,... o destino seguinte é Eslovenia.

O nosso objectivo era seguir para a cidade de Postjona. Fizemos cerca de 100 kms e chegamos...mas, um pouco tarde. A ideia era visitar as famosas grutas como o mesmo nome que a cidade, mas a última visita tinha sido às 18h00, ou seja, 15 minutos antes da nossa chegada. Sem outra hipótese, a nossa decisão foi em visitar as grutas pela manhã e pernoitámos no hotel das grutas.

Como era cedo e a capital do país estava a cerca de 50 km’s, fizemo-nos à estrada (e claro, aproveitamos para irmos mais leves, sem carga da mota). Chegamos a Ljubljana.

Percebemos que a cidade é enorme, plana com monumentos grandiosos e com fortes características austríacas. A única elevação da cidade é onde está localizado o Castelo. Aqui percebemos que era 1 cidade diferente, o castelo fechava ás 21h00. Vimos um filme da evolução histórica da cidade assim como a bela vista da torre da edificação. Muito Bonita!!

Outra coisa interessante é a quantidade de jovens na cidade. Viemos a saber mais tarde que a cidade universitária tem uma capacidade de 50.000 estudantes e daí os jovens inundam o centro da cidade. Eles e as suas bicicletas ou mesmo os patins em linha.

Assistimos ao anoitecer e a cidade manteve-se viva e linda. Era 6ª feira e os bares marcavam a sua presença. Sentimo-nos novamente na noite de uma capital europeia.